quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Orientações para planejamento da gravidez entre casais que vivem ou convivem com HIV


O que fazer quando se quer ter filho e o casal ou um dos parceiros tem o vírus da aids? No Brasil, aproximadamente 80% das pessoas com aids se encontram na faixa etária reprodutiva. Entre 2008 e 2009, cerca de 6 mil mulheres que sabidamente viviam com HIV engravidaram. Para o fortalecimento dos direitos sexuais e reprodutivos das pessoas que vivem com HIV no Brasil, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais lança as “Estratégias de Redução de Risco de Transmissão Sexual do HIV no Planejamento da Reprodução para Pessoas que Vivem e Convivem com HIV ou Aids”, parte do suplemento  ao Consenso de Adultos 2008. A publicação vai orientar profissionais de saúde sobre como tratar do assunto com casais soroconcordantes (quando ambos têm HIV) ou sorodiscordantes (quando um apenas é positivo para HIV) que desejam engravidar. A proposta é reduzir os riscos de transmissão sexual do HIV ao parceiro e evitar novas infecções, incluindo as hepatites virais.

 De acordo com as novas recomendações, é necessário que as equipes de saúde estejam preparadas para discutir o assunto com as pessoas que vivem com HIV/aids. Uma vez havendo desejo de paternidade ou maternidade, é necessário estabelecer um planejamento conjunto. Para aqueles casais que desejam ter filhos pelos métodos naturais, é importante não ter infecções genitais (como, por exemplo, DST), apresentar estabilidade imunológica, boa adesão ao tratamento e carga viral indetectável. Os procedimentos que também podem reduzir a transmissão do HIV são os de reprodução assistida, lavagem de esperma e inseminação artificial. Entretanto, qualquer método adotado deve ter o acompanhamento da equipe de saúde.

RECOMENDAÇÕES - O texto do suplemento foi discutido e elaborado, com base em evidências científicas disponíveis, pelo Ministério da Saúde com os Comitês de Terapia Antirretroviral para Adultos e Terapia Antirretroviral para Gestantes Infectadas pelo HIV. Os dois comitês são formados por especialistas de todo o Brasil, representantes da sociedade civil, pesquisadores e gestores de DST e aids.

Além de distribuir o suplemento nos Serviços de Atendimento Especializados (SAES), o Departamento vai capacitar profissionais de saúde para atender casais que desejam ter filhos.

Com o suplemento, a intenção do Ministério é fazer com que a gravidez entre pessoas que vivem e convivem com HIV e aids aconteça com o máximo de segurança possível, tanto para os pais, quanto para o bebê. As tecnologias atualmente disponíveis e recomendadas no Brasil são capazes de reduzir o risco de transmissão vertical (de mãe para filho) para menos de 1%.

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